'Guarde este recado'


Hoje notei mais uma vez o quanto necessito escrever quando me sinto triste e sozinha. Parece que pelo menos as palavras conseguem me satisfazer nessas horas. Me sinto completa quando leio algo que me identifico, ou quando consigo escrever manifestando os meus verdadeiros sentimentos.
Acordei mais uma vez com um vazio, senti falta de algo que nem sei o que é realmente. Agora só me falta descobrir o que é para poder tirar essa sensação horrivel de perda e saudades.
Tomei café da manhã, escovei meus dentes, decidi tomar um banho relaxante e lavar a cabeça que já estava um pouco oleosa. Ao sair do banho fui assistir um pouco de televisão, aliás estava passando uma entrevista com o Robert Pattison e John Travolta, logo depois começou Friends que consequentemente me fez gargalhar por uns trinta minutos.
Depois do almoço decidi assistir televisão. Logo depois desistir de ver Encontro Marcado, um filme um pouco antigo, aliás o Brad estava novinho.
Ao sair da sala e ir para a copa, comecei a me sentir estranha. Parece que as gargalhadas ficaram na sala junto com a televisão e os filmes e seriados que tinham me feito sorrir uns minutos antes. Quando comecei a mexer no computador, decidi ler alguns textos do Caio Fernando. Ao entrar em um blog que é praticamente 'dele', dei de cara com algumas palavras em negrito: 'Eu sentia profunda falta de alguma coisa que não sabia o que era. Sabia só que doía, doía. Sem remédio.'
E ainda mais, em negrito e vermelho, se destacando entre o resto do blog: 'guarde este recado: alguma coisa sempre faz falta. Guarde sem dor, embora doa, e em segredo.
'

Todas essas palavras fizeram um pouco de sentido, pelo menos por hoje. Parece que foi um conforto saber que outras pessoas sentem exatamente o que eu estou sentindo agora. É profundo, amargo e sombrio. É bonito por proporcionar a inspiração, pensamentos exóticos e palavras lindas. É horrivel por enfiar uma faca afiada no peito, pela dor e pelas águas salgadas que costumam sair dos olhos vermelhos de um alguém que se senta na cama e não quer sair de lá. De um abrigo, de um esconderijo. É, acho que sou alguém que tem medo do escuro e das pessoas, do mal que elas podem fazer.
Alguém que não quer se sentir só, mas também não quer estar entre pessoas que são hipócritas, alguém que tem medo por não desconfiar de todo mundo, principalmente de você, vejo-o como um ingênuo com um buquê de belas palavras.
Sou apenas alguém inconstante, que hoje se sente assim, e amanhã sairá perambulando pelas ruas com uma canção em uma mão, e o coração em outra. Pronta para lhe entregar duas mãos, dois presentes, duas intensidades diferentes.
Vai passar, vai passar. Amanhã o sol vai raiar e eu vou te encontrar novamente, te dizer algumas palavras incoerentes, duas mãos e dois presentes... Você vai amar, pena que será tão rápido e evasivo. Você agora é minha fuga, isso me deixa melhor e mais completa. É claro que isso não existe hoje, nem fugas, nem complementos, nem melhorias e sorrisos bonitos, mas amanhã existirá, e talvez nunca mais.

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